Técnicas para corrigir miopia, hipermetropia e astigmatismo são seguras, mas decisão pela mais adequada deve ser individual, orienta especialista
Dizer adeus aos óculos é um sonho de muitos. Com a promessa de zerar o grau, a cirurgia refrativa para correção de miopia, hipermetropia e astigmatismo tem sido cada vez mais procurada por aqueles que buscam uma visão perfeita sem o uso de lentes corretivas.
Mas antes de qualquer decisão, é preciso ter paciência. Conhecer como a cirurgia é feita e o que pode dar errado traz mais segurança para o paciente no procedimento – e conversar bastante com um especialista é um passo fundamental.
O oftalmologista Dr. Irineu Antunes Neto, especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia e membro da Associação Médica Brasileira, explica um pouco sobre as técnicas de cirurgia a laser.
Os tipos
O Dr Irineu Antunes Neto explica que hoje existem 3 tipos de cirurgia mais utilizados: as técnicas Lasik, ILasik e PRK. A Lasik é feita com um aparelho chamado microcerato. Ele corta fisicamente (com uma fina lâmina) a região ao redor da pupila e levanta a córnea recortada para que o laser corrija o grau.
A técnica mais comum, por ter uma recuperação cirúrgica mais rápida, é a ILasik, que consiste em fazer um flap na córnea do paciente com o laser.
“Fazer um flap é recortar com laser uma ‘tampinha’ que recobre a pupila e então aplicar o laser específico para a correção do grau”, explica o médico.
Tanto a técnica Lasik como a ILasik são indicadas somente para pacientes que têm de 4 até 9 graus de miopia, dependendo da curvatura e da espessura da córnea.
Já a PRK é uma técnica que raspa a córnea, em vez de cortá-la.
“Raspamos apenas as células do epitélio, que é a primeira camada da córnea, com um bisturi específico para o olho. O paciente não pisca e é anestesiado. A técnica é indolor”, afirma Dr. Irineu
Depois de raspar o epitélio, é só enxugar a córnea com uma esponja e aplicar o laser, que é o mesmo usado nas técnicas Lasik e ILasik. Após a correção, o médico coloca uma lente de contato gelatinosa, que permanece até 72h no local, para a recuperação do epitélio.
O Dr. Irineu explica que a primeira camada da córnea, o epitélio, tem um alto poder de regeneração.
“Ele sempre se regenera, não existem casos de que não tenha se regenerado. Normalmente essa camada se recompõe em 48 horas”, diz.
“Quando acontece um trauma na córnea, entre 48 e 72 horas ela está totalmente recuperada”.
A recuperação nessa cirurgia, porém, é mais lenta do que nas outras duas técnicas. Ela também não é recomendada para quem tem graus acima de 4.
“Praticamente não há complicações no PRK. Quando você trabalha com o microcerato, se acontecer alguma coisa, coloca lente e espera regenerar”, explica o oftalmologista.
A aplicação do laser corretivo em todas as cirurgias não dura mais do que 8 segundos para cada olho. No caso do Lasik, em que há necessidade de cortar a córnea com um microcerato, isso leva cerca de 20 segundos. No ILasik, quando o corte é feito pelo laser, a duração é de 10 segundos. No PRK, a raspagem do epitélio também leva cerca de 10 segundos.